+Aldeias é a jornada de um programa de envelhecimento ativo, que tem as aldeias como cenário ideal para restabelecer laços de afetividade intergeracional e comunidade. É uma iniciativa piloto que decorre em cindo aldeias (vilas) do concelho do Fundão: Alpedrinha, Atalaia do Campo, Janeiro de Cima, Soalheira e Souto da Casa. Em cada aldeia os mais velhos são guardiões do saber essencial para preservar a identidade local, mas vulneráveis perante o isolamento e a solidão. Esta iniciativa visa combater esse isolamento, garantir o bem-estar, valorizar e partilhar saberes, preservar a autonomia e empoderar cada participante, enquanto também reforça o espírito de comunidade e pertença.
Ao longo do processo, cada participante descobre o papel que pode ter na valorização da sua aldeia e deixa o seu contributo.
As aldeias foram selecionadas por serem localidades com muito baixa densidade e envelhecidas, com um número significativo de idosos a viver sozinhos e, em muitos casos, em zonas completamente isoladas. Por outro lado, é nas aldeias, e nos idosos que aí vivem, que ainda se encontra guardado muito do património imaterial e identidade da cultura local, sendo esta uma oportunidade de transmissão desse saber para as gerações mais novas.
A abordagem desenrola-se a partir do acolhimento das memórias e saberes da comunidade, através dos participantes que se juntam numa caminhada partilhada pela história e identidade locais.
Dividido em quatro Ateliers de Aprendizagem Intergeracional, o projeto deu voz às tradições, lendas e ofícios que vivem na memória dos habitantes.
No primeiro atelier, fez-se o mapeamento do património cultural material e imaterial, num movimento de escuta e participação que fortaleceu laços entre vizinhos e aldeias, promovendo o orgulho pelo que é de todos. Tiveram também aqui a oportunidade de visitar todas as aldeias e outros lugares com o propósito de conhecer o seu património e ter uma experiência de exploração para a poderem replicar.
No segundo atelier, celebrou-se a partilha de memórias, abrindo espaço para que cada pessoa recontasse as suas vivências – das festas às canções – revivendo os ambientes afetivos que as uniram.
O terceiro atelier trouxe a mudança com raízes, através da co-criação de experiências capazes de acolher visitantes e transformar a tradição em oportunidade de futuro.
No último atelier, essas heranças ganharam corpo em ações concretas, com a organização de festas e momentos de encontro, onde o património ganhou voz, gesto e presença.
A produção artística, documental e audiovisual valorizou os testemunhos recolhidos, deixando um registo memorável e duradouro deste percurso, por fim, um plano de comunicação foi traçado, para garantir que estas histórias continuem a inspirar esperança, pertença e renovação em toda a comunidade.
